Empreender é ler sinais antes dos outros e transformar essas pistas em decisões concretas. De acordo com Ian Cunha, o empreendedor que desenvolve essa capacidade enxerga o que está nas entrelinhas: mudanças de comportamento do cliente, movimentos discretos de concorrentes e ajustes de cenário econômico que ainda não viraram manchete. Não se trata de adivinhar o futuro, mas de interpretar o presente com mais profundidade e agir enquanto os demais ainda estão apenas observando.
Quando essa leitura é bem-feita, cada decisão deixa de ser um salto no escuro e passa a ser uma aposta calculada. Em vez de reagir tardiamente às tendências, o empreendedor se posiciona com antecedência, testa soluções com grupos menores de clientes e ajusta rapidamente sua oferta. Entenda tudo sobre essa temática a seguir:
Empreender é ler sinais: transformar ruído em informação útil
No dia a dia, empreender é ler sinais em meio a um ambiente repleto de ruídos: notícias sensacionalistas, opiniões aleatórias em redes sociais e modismos de curto prazo. Como demonstra Ian Cunha, o primeiro passo é separar o que é dado relevante do que é mero barulho. Isso envolve olhar para indicadores de vendas, comportamento de recompra, dúvidas recorrentes de clientes e até comentários informais da equipe de frente de atendimento. São esses elementos, quando organizados, que começam a revelar padrões.

Ao transformar ruído em informação, o empreendedor deixa de ser vítima da volatilidade e passa a enxergar tendências com mais clareza. Pequenas quedas em um produto específico, por exemplo, podem indicar mudança de preferência antes que a queda se consolide no faturamento total. O mesmo vale para o aumento de buscas por determinado serviço ou para o surgimento de novos competidores em nichos que antes pareciam pouco atrativos.
Entender clientes, concorrentes e contexto
Empreender é ler sinais especialmente no que diz respeito ao cliente. Mais do que perguntar se ele está satisfeito, é necessário observar o que ele faz, e não apenas o que declara. Como Ian Cunha ressalta, métricas como tempo de resposta, taxa de conversão, abandono de carrinho e recorrência são “frases” que o cliente escreve em forma de números. Ao interpretar esses dados, o empreendedor descobre desejos não verbalizados e oportunidades de melhorar a experiência sem uma reclamação formal.
Ao mesmo tempo, ler sinais de concorrência é tão importante quanto ler sinais de demanda. Quando empresas do mesmo setor começam a alterar prazos de entrega, mudar modelos de assinatura ou testar formatos de atendimento digital, há um indicativo de que o mercado está se reorganizando. Ignorar esses movimentos significa correr o risco de ficar preso a um modelo de negócio que já não conversa com a nova realidade.
Agir rápido, testar hipóteses e corrigir rota
Empreender é ler sinais e, principalmente, agir a partir deles com rapidez responsável. Segundo Ian Cunha, a leitura do mercado só gera vantagem competitiva quando se transforma em ação estruturada: criar um piloto de produto, ajustar uma segmentação de campanha, redesenhar um processo interno. Em vez de apostar tudo em grandes mudanças de uma vez, o empreendedor que lê sinais com maturidade prefere experimentos controlados, medindo impacto antes de ampliar a escala.
Essa lógica exige humildade intelectual para reconhecer que nem toda hipótese estará correta. Justamente por isso, empreender é ler sinais também após a ação, observando como o mercado responde. Testar e corrigir rota faz parte do jogo: alguns experimentos trarão resultados acima do esperado, outros mostrarão que é melhor recuar rápido. O diferencial está em não se apegar a ideias apenas porque deram trabalho, e sim em manter o foco naquilo que, gera valor para o cliente e para o negócio.
Empreender é ler sinais e decidir melhor que a média
Em síntese, empreender é ler sinais com consistência e disciplina, em vez de depender de intuições esporádicas ou de modas passageiras. Como considera Ian Cunha, o empreendedor que cultiva essa habilidade constrói um radar próprio para captar movimentos do mercado, selecionar informações relevantes e transformá-las em decisões ágeis. Com o tempo, essa prática sistemática de observação, teste e ajuste cria um ciclo virtuoso de aprendizado, no qual cada ação gera novos dados e novos insights.
Autor: Ivan Kalashnikov


