Tecnologia

Inteligência Artificial deve ampliar a produtividade nas empresas

Tendo como princípios a redução de erros e falhas, a eliminação de custos e a ampliação da produtividade, a utilização da Inteligência Artificial nas empresas já é uma tendência em muitos negócios e passará a ser uma realidade em pouco tempo. Essas foram avaliações e conclusões apresentadas durante a 41ª edição do Seminário Motores do Desenvolvimento do RN, nesta quarta-feira (20), promovido pelo Sistema Tribuna de Comunicação, que debateu a chegada e o avanço das ferramentas de I.A na sociedade.

Um dos palestrantes foi o publicitário e especialista em inovação e transformação digital, Walter Longo. Para ele, a IA é um “tsunami” e algo “inédito se comparada com as ondas anteriores de transformação na sociedade”.

“Entendo que a grande parte da economia do RN está baseada na pequena e microempresa. O que a Inteligência Artificial está fazendo é equalizando o terreno, fazendo com que essa pequena empresa esteja em total capacidade de disputar mercado com grande empresas, porque ela dá acesso à informação, torna a automação algo mais fácil e rápida. O que as pequenas empresas precisam é deixar de ser pequena, até porque as grandes querem atuar como pequenas. O que precisamos é aumentar nossa visão. O mercado de uma pequena empresa do RN pode ser o Brasil e o Mundo”, explica.

Neste ano, o Motores do Desenvolvimento aconteceu na Arena das Dunas e contou com palestras e um painel com interlocutores do setor de economia, tecnologia e desenvolvimento do RN. Aliado a isso, três pitchs (apresentações verbais) foram feitos por empresas como Dois A, Esig Group e Instituto Metrópole Digital (IMD).

Um desses espaços foi ocupado pelo diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do RN (Senac-RN), Raniery Pimenta. Ele lembrou que o órgão potiguar foi o primeiro no Brasil a abrir cursos voltados a Inteligência Artificial e que “os algoritmos de aprendizagem de máquina estão poderosos como nunca”.

“Deixou de ser um privilégio de especialistas para o acesso à entusiastas. Temos um aumento exponencial no poder de processamento de dados, com interfaces complexas e amigáveis”, disse.

Para Fernando Fernandes, superintendente do Sistema Tribuna de Comunicação, o Seminário Motores do Desenvolvimento mais uma vez se mostra como ferramenta importante para discussão de temas pertinentes à economia do Rio Grande do Norte.

“Esse é o grande fator alavancador desse Motores, trazer para o RN o debate e as discussões aquilo que está acontecendo de melhor para o país. Hoje a inteligência artificial é um grande negócio. Entendemos que todas as empresas buscam agregar o conhecimento humano, a sua expertise, o seu know-how utilizando literalmente uma ferramenta”, aponta.

Competências e práticas no campo da IA

A 41ª edição do Seminário Motores do Desenvolvimento contou ainda com pitchs e apresentações de empresas e órgãos do Rio Grande do Norte para mostrarem suas competências e práticas no campo da Inteligência Artificial, além de analisarem o cenário local para a chegada da I.A.

A empresa potiguar Dois A apresentou a EVO, que é o seu Laboratório de Inovação. O propósito do espaço é desenvolver soluções tecnológicas disruptivas para a indústria da construção civil. Durante a apresentação, o coordenador de inovação da Dois A, Camilo Alves, disse que a empresa já aplica a inovação vinculada à Inteligência Artificial, em métodos de trabalho na implantação de parques eólicos, administração de equipamentos e dos recursos materiais.

“Estamos trabalhando com cinco projetos chave em 2023. Esses projetos preconizam tecnologias desde a parte de automação até a parte de IA. Algo interessante que o Motores trouxe é justamente como a IA está envolvida nos negócios. Na construção civil não é diferente. Temos um projeto que faz avaliação de um material abaixo do solo antes mesmo de começarmos a colocar nossas experiências num ambiente que receberá parques eólicos. Em termos de planejamento, orçamento, faz todo sentido, porque conseguimos ajustar parte logística de obras, máquinas e materiais e trabalharmos melhor a parte dos custos”, explica Camilo Alves.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-RN) apresentou os cursos disponibilizados recentemente na área de inteligência artificial e aponta que a capacitação e formação na área será essencial num futuro próximo.

“É um momento importantíssimo, pois estamos vivendo uma tempestade perfeita da popularização da I.A. São ferramentas que já estão nos nossos celulares. As empresas que quiserem ficar competitivas não poderão ficar de fora”, disse.

Outra empresa potiguar que apresentou suas expertises foi a Esig Group, fundada em 2011 com foco em soluções tecnológicas educacionais e de saúde. Para o CEO da Esig Group, Gleydson Lima, o Rio Grande do Norte já possui um ecossistema que permitirá a aplicabilidade da Inteligência Artificial nas empresas.

“O RN está com um cenário de ecossistema já pulsante, o que não era realidade se olharmos há 10, 15 anos. O trabalho feito por várias entidades, como Sebrae, IMD, empreendedores individualmente, tem feito um caminho para que esse ecossistema se fortaleça. Isso faz com que fique mais fácil termos iniciativas com novos negócios de inteligência artificial, mas também com mão de obra de qualidade, com pessoas que dominam as ferramentas e tecnologias. Avalio que estamos num caminho bom”, disse.

Parque Metrópole quer gerar 2,5 mil novos empregos

O Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) quer ampliar as suas instalações e, nos próximos 4 a 5 anos, dobrar o número de empregos gerados pelas empresas credenciadas no Parque Metrópole, chegando a 5 mil postos de trabalho. A informação foi dada pelo diretor-geral do IMD, Ivonildo Rêgo, durante palestra no Motores Inovatec.

O instituto pleiteia o investimento de R$ 40 milhões para a ampliação. “O foco é espaço para o parque tecnológico e a parte de desenvolvimento de projetos com as empresas. O IMD está espremido demais e não permite mais a gente aumentar o número de alunos e criar novas ações. A ampliação vai favorecer isso”, disse Ivonildo Rêgo.

O projeto prevê o aumento de 3 mil para 4 mil alunos no IMD. Para o Metrópole Parque, a projeção é de 100 para, ao menos, 150 empresas credenciadas, além do salto de 2,5 mil empregos para 5 mil. O IMD conta com apoio de federações do comércio (Fecomércio), indústria (Fiern), agricultura (Faern) e outras entidades da economia para reforçar a demanda junto à bancada federal no Congresso.

“O nosso planejamento, que fizemos há quatro anos, era para chegar a 100 empresas e 2 mil empregos no próximo ano. Neste ano, já alcançamos as 100 empresas e superamos o número de empregos: 2,5 mil”, pontua o diretor-geral do IMD. Para ele, os resultados mostram que o investimento “não tem erro”. Ele destacou o Núcleo de Pesquisa em Inteligência Artificial, criado há dois anos, que reúne profissionais da UFRN para avançar em estudos, pesquisas e desenvolvimentos na área de IA.

“É um prazer ver um Motores de cara nova, mais moderno, com essa pegada de conexão com nossa realidade e nosso futuro. O tema da inovação e inteligência artificial é importantíssimo. Temos muito prazer em estarmos juntos com o Sistema Tribuna com essa temática. A abordagem do Walter Longo sobre inteligência artificial é instigante e é um momento importante, tendo tudo a ver com o momento atual e o que podemos fazer para impulsionar o desenvolvimento da nossa cidade e do nosso estado”

“Parabenizo a todo o Sistema Tribuna pelo evento. Instigante e inovador. A Fundação de Amparo e Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação do RN teve grandes mudanças nos últimos cinco anos, inclusive para trazer a perspectiva da inovação para o próprio nome. Com a legalização e regulamentação do Fundo de Inovação e Ciência e Tecnologia, o Fundet, após 30 anos depois de ser criada na Constituição, o Estado tem recursos para a inovação e ciência. São projetos, convênios com o Sebrae. Estamos retomando a fundação e entrando nessa pauta. Teremos uma previsão de R$ 8 a R$ 12 milhões por ano e pretendemos articular com o ecossistema do Estado e buscar mais recursos. Já é um bom começo, pois não tínhamos nada”

Ivonildo Rêgo, diretor-geral do IMD/UFRN

“Acho que foi muito oportuna a escolha do tema do Motores do Desenvolvimento porque nada mais atual do que isso. O IMD já vem há muito tempo desenvolvendo esforços nessa área e a UFRN como um todo. Nós desenvolvemos vários projetos para empresas e setor público que fazem uso da inteligência artificial. Nossos cursos de graduação têm duas vertentes que seguem para essa área, que é um específico para inteligência artificial e outro para ciências de dados. Até o fim deste ano, a UFRN estará lançando a sua estratégia para inteligência artificial, que será um esforço institucional como um todo para melhor contribuir para o Estado e país. Nesse sentido, foi criado há dois anos o Núcleo de Inteligência Artificial na UFRN em torno do IMD que agrega esforços nas mais diferentes áreas”.

Djalma Barbosa Junior, diretor de Inovação da Fiern

“Todo evento que traga a temática da ciência, tecnologia e inovação favorece diretamente a atividade industrial. Nenhuma indústria vai melhorar sua produtividade e avanços se ela não estiver aberta à pesquisas. As empresas do RN precisam desse trabalho intenso, não só dos diretores, mas também nas transformações tecnológicas nos parques industriais. O que nos deixa felizes é que em momentos como esse conseguimos conectar uma temática que todos deveremos nos deparar e consequentemente deveremos ter oportunidades de avanço no aumento de produtividade e avanço tecnológico”

Raniery Pimenta, diretor-regional do Senac

“Esse tema da Tecnologia Artificial é algo novo do ponto de vista da popularização, então está todo mundo começando agora. O RN tem todas as condições de ser um polo difusor de tecnologia. Temos grandes empresas aqui, a UFRN com o IMD. Essa área do Brasil tem muita chance de despontar nesse segmento”

“Mais uma vez a Tribuna do Norte sai na frente com uma palestra extremamente relevante num momento importante. As palestras nos levam a reflexões enormes. O setor de construção civil, que traz muito artesanato enxerga a inteligência artificial como um grande parceiro do desenvolvimento. Já estamos fazendo trabalho nas construtoras, que precisam enxergar isso como um aliado. Você vai enxergar tudo que se faz para fazer melhor com auxílio do computador e da tecnologia. Achei muito feliz a escolha da temática do Motores do Desenvolvimento. A inteligência artificial fará parte do nosso dia a dia”

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